
Ele é o autor mais adaptado da televisão brasileira, verdadeiros sucessos como Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Teresa Batista Cansada de Guerra são criações suas, além de Dona Flor e Seus Dois Maridos e Tenda dos Milagres. A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e em fitas gravadas para cegos.
Amado foi superado, em número de vendas, apenas por Paulo Coelho mas, em seu estilo - o romance ficcional -, não há paralelo no Brasil. Em 1994 viu sua obra ser reconhecida com o Prêmio Camões.
Obras do autor
- O País do Carnaval, romance (1930)
- Cacau, romance (1933)
- Suor, romance (1934)
- Jubiabá, romance (1935)
- Mar morto, romance (1936)
- Capitães da areia, romance (1937)
- A estrada do mar, poesia (1938)
- ABC de Castro Alves, biografia (1941)
- O cavaleiro da esperança, biografia (1942)
- Terras do Sem-Fim, romance (1943)
- São Jorge dos Ilhéus, romance (1944)
- Bahia de Todos os Santos, guia (1945),(Tradução francesa:"Bahia de tous les saints"),Gallimard,Paris,1979
- Seara vermelha, romance (1946)
- O amor do soldado, teatro (1947)
- O mundo da paz, viagens (1951)
- Os subterrâneos da liberdade, romance (1954)
- Gabriela, cravo e canela, romance (1958)
- A morte e a morte de Quincas Berro d'Água, romance (1961)
- Os velhos marinheiros ou o capitão de longo curso, romance (1961)
- Os pastores da noite, romance (1964)
- O Compadre de Ogum,romance (1964)
- Dona Flor e Seus Dois Maridos, romance (1966)
- Tenda dos milagres, romance (1969)
- Teresa Batista cansada de guerra, romance (1972)
- O gato Malhado e a andorinha Sinhá, historieta infanto-juvenil (1976)
- Tieta do Agreste, romance (1977)
- Farda, fardão, camisola de dormir, romance (1979)
- Do recente milagre dos pássaros, contos (1979)
- O menino grapiúna, memórias (1982)
- A bola e o goleiro, literatura infantil (1984)
- Tocaia grande, romance (1984)
- O sumiço da santa, romance (1988)
- Navegação de cabotagem, memórias (1992)
- A descoberta da América pelos turcos, romance (1994)
- O milagre dos pássaros , fábula (1997)
- Hora da Guerra, crônicas (2008)
Cartas
São mais de cem mil páginas em processo de catalogação, as cartas trocadas com gente do mundo inteiro, guardadas num acervo isolado da Fundação Casa de Jorge Amado, em Salvador. A doação foi entregue com uma ressalva, por escrito: "Jorge escreveu que somente cinquenta anos após sua morte esse material devia ser aberto ao público", segundo a poeta Myriam Fraga, que dirige a casa desde sua criação, há vinte anos.De relatos sobre livros e obras de arte a fatos do cotidiano, grandes escritores, poetas e intelectuais de seu tempo se corresponderam com ele: Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Monteiro Lobato e Gilberto Freyre, entre outros brasileiros; Pablo Neruda, Gabriel García Márquez e José Saramago, entre tantos outros estrangeiros. No campo da política, a correspondência se estabeleceu com nomes os mais variados como: Juscelino Kubitschek, François Mitterrand e Antônio Carlos Magalhães.
As cartas mostram como o escritor recebia os mais imprevistos pedidos, apresentava pessoas umas às outras, em época em que era intenso o diálogo via postal. A correspondência pessoal de Jorge Amado pode oferecer inestimável fonte de pesquisa.
Alguns trechos retirados de reportagem exclusiva, por Josélia Aguiar, à Revista Entre Livros - Ano 2 - nº 16:
- De Gláuber Rocha, sem data, sobre a nova película (A idade da terra, de 1980). "Comecei o dia chorando a morte de Clarice (Lispector)", inicia assim a carta para adiante falar sobre o novo filme: "Está sendo feito como você escreve um romance. Cada dia filmo de dois a sete planos, com som direto, improvisado a partir de certos temas. (…) Estou, enfim, tendo a sensação de 'escrever com a câmera e com o som', tentando um caminho que fundiu a cuca do Jece (Valadão, ator) (…)".
- Mário de Andrade, logo após ler Mar morto, em 1936, elogia o que chama de "realidade honesta" e a "linda tradição de meter lirismo de poesia na prosa": "Acaba de se doutorar em romance o jovem Jorge Amado, grande promessa do mundo intelectual".
- Monteiro Lobato, também sob forte impressão após ler Mar morto, 1936: "Lí-o com a mesma emoção trágica que seus livros sempre me despertam", e conta que, ao visitar o cais do porto de Salvador, havia "previsto" que a obra seria escrita: "Qualquer dia o Jorge Amado presta atenção e pinta os dramas que devem existir aqui. Adivinhei.".
- Pablo Neruda (em carta breve, com data de 16 de outubro e ano incerto, escrita a mão): "Será que no Brasil eu poderia fazer um ou dois recitais pagos?" (…) "Haverá algum empresário interessado em organizar com seriedade essa turnê?" (…).
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